Na baía da Ilha Grande todavia encontramos muitas áreas ainda preservadas de Mata Atlântica. O desenvolvimento da região fez com que a pressão antrópica colocasse em risco a biodiversidade. Um dos fatores fundamentais é a maneira como se dá a interação entre homem e animal.
Quando o animal é visto como objeto e não compreendido como ser senciente (sente dor, medo, sofre), que está inserido em uma complexa teia de relações , é comum o homem ser responsável por desencadear ações de desequilíbrio. Neste sentido, disseminamos o pensamento de que animal não é coisa, de que seu bem-estar tem que ser garantido através da posse responsável e que assim contribuimos para a preservação da biodiversidade e a saúde ambiental como um todo (ex.: controle de zoonoses).


20 fevereiro 2010

Matéria publicada no ECO - fevereiro


Impacto ambiental causado por animais domésticos

Nos dias 18, 19, 20 e 21, deu-se andamento ao PRENAMA - Projeto de Proteção de Espécies Nativas da Mata Atlântica – que prevê, entre outros, a castração de cães e gatos em áreas de preservação.
A existência e a proliferação excessiva de animais domésticos nestas regiões é altamente nociva ao meio ambiente, à saúde da população e ao bem estar comum. Se a localidade vive do turismo como a nossa, o assunto é muito mais grave ainda, pois o turista passa a conviver entre cães e seus excrementos, estando exposto a agressões e por certo não terá vontade de voltar. Não haverá marketing que reverta este anti-marketing gerado pelo turista insatisfeito. No Parque Estadual da Ilha Grande, vários turistas já foram agredidos por cachorros, chegando até a prestar queixa na delegacia.
O turista extrangeiro que volta ao seu país com bicho geográfico (larva migrans cutânea transmitida pelo cocô de cachorro) por exemplo, enfrenta outro inconveniente: em muitos países não existe este parasita, por isto os médicos não conhecem os sintomas, fazendo com que os afetados passem muito tempo sem um tratamento adequado, podendo causar um problema ainda mais sério. Que belo souvenir, hein?
Nós necessitamos erradicar este problemão. Você pode e deve ajudar! Tanto na educação dos seus filhos, como conscientizando seus amigos e vizinhos sobre a posse responsável e o bem-estar animal. É importante que as pessoas tenham consciência de que quando elas assumem a posse de um animal de estimação, elas terão que responsabilizar-se durante muitos anos pelo seu bem-estar. Isto não se traduz somente em custos de alimentação, vacinação, consultas veteriárias, castração, tratamento anti-pulgas e outros cuidados, que variam entre R$ 100 a R$ 250 ao mês, mas também em outros cuidados. Elas devem saber, que tem que manter o seu animal em casa e para isto ter condições de espaço físico, dar carinho, garantir exercício adequado e ser responsável por ações cometidas pelo seu animal. Por exemplo, se o cachorro fizer cocô na praia, não é ele o responsável, mas sim seu dono.
Imagine este santuário ecológico que é a Ilha Grande, tomado por cães e gatos, suas ruas e praias infestadas de cocô e seus animais silvestres acuados e em parte extintos por conseqüência das agressões de animais domésticos.
Não vamos permitir que esta imagem se torne realidade – vamos atuar juntos para prezervar esta riqueza!
Com o sucesso que estamos tendo, o projeto (sobre o projeto já publicamos no o Eco 128) continuará sendo realizado a cada terceiro final de semana por mês, “fique ligado” e ajude a divulgar! Muitas pessoas já se envolveram neste trabalho, você poderá ser mais um. Nunca esqueça que só o trabalho conjunto muda um lugar, e nosso lugar tem que mudar urgentemente. Como está vamos para o poço!
Ao lado da equipe técnica que está à frente deste trabalho, um mutirão de pessoas não técnicas também é necessário para dar suporte, proporcionando mais conforto e atenção aos animais.
Você deveria estar aqui também, é uma experiência interessante e o que se aprende poderá ser útil em nosso cotidiano com os bichos.
Quase tudo o que a Prefeitura não resolve, nós podemos resolver com o nosso esforço, mas, temos que querer!
A próxima ação se dará nos dias 19, 20 e 21 de março. Entre em contato com a equipe (024-9841.9621) ou com a sede do jornal O ECO.

HOMEM / ANIMAL – Esta relação é o bicho!
Verena Strauss
Publicado na edição de Fevereiro 2010 do Jornal O ECO – Ilha Grande

30 janeiro 2010

Matéria publicada no ECO - janeiro 2010


Cães e Gatos
Um Problema Que Requer Soluções

Mais uma vez, na Ilha Grande, foi realizada uma campanha de castração de cães e gatos. Foram castrados vários cães e gatos – tanto machos como fêmeas.
Quem acha que campanha de castração visa somente o controle da população destes animais, está enganado:
junto aos procedimentos cirúrgicos, a população local também é sensibilizada quanto à necessidade iminente de reavaliar o seu relacionamento com seus bichinhos de estimação e a resposabilidade que implica a sua posse.
Encabeçada pelo Médico Veterinário Milson Sousa Jr., a equipe que vem se dedicando à questão da interligação entre o meio ambiente e a relação homem-animal em áreas de proteção ambiental. Atuam nas regiões costeiras da baía da Ilha Grande (municípios de Angra dos Reis e Paraty).
No dia 23.01.2010, na sede do Jornal O Eco, foi realizada uma atividade para trocar experiencias e escutar a opinião dos moradores sobre estas questões. O grupo presente concorda com a necessidade de sensibilizar a população na Vila do Abraão e se propos a ajudar a preparar e executar as próximas ações na Ilha.

„Cada região tem a sua peculiaridade: no Mamanguá existe um grande problema com os gatos ferais (animais abandonados, que depois se tronaram selvagens), enquanto que na Ilha Grande, aparentemente, o maior problema é com os cães. Estes podem se transformar em ferais e interferir negativamente na biodiversidade do parque“, diz o médico veterinário.

As campanhas no Mamanguá tem sido fortemente apoiadas pela população local. O Sr. Licínio, morador antigo e grande amigo dos animais, acompanha a equipe ajudando sua inserção na s comunidades. Uma empresária paulista apoia com recursos logísticos e financeiros as ações em toda a região costeira. Vendo a importância deste trabalho, a prefeitura municipal de Paraty coloca à disposição da equipe, toda estrutura necessária para a realização dos procedimentos.

Está planejado realizar este trabalho mensallmente e o engajamento da comunidade é fortemente necessário. Nestes dias, voluntários para os trabalhos não técnicos, serão muito bem vindos! Informe-se com os integrantes da Associação de Proteção aos Animais da Ilha Grande (APAIG) ou na sede do jornal sobre as próximas datas.



Verena Strauss
Publicado na edição de Janeiro 2010 do Jornal O ECO – Ilha Grande

19 outubro 2009

PRENAMA - Proteção de Espécies Nativas da Mata Atlântica


Apresentação
Fazemos parte de um grupo de pessoas interessadas em cuidar o meio ambiente e contribuir para que um ecossistema tão delicado e sensível, como o da região da Mata Atlântica, não seja prejudicado pela presença excessiva de animais domésticos. Este trabalho já vem sendo realizado nas áreas próximas ao Município de Paraty e Ilha Grande. Entre seus principais objetivos estão a defesa e preservação do patrimônio ecológico, a formação de cidadãos conscientes e participativos e o controle de zoonoses e doenças emergentes.
Além desses objetivos primordiais nós também estimulamos estudos e pesquisas com o objetivo de entender como a relação homem-animal se desenvolve nestes locais e o que isto implica na preservação ou degradação do meio. Ao longo do desenvolvimento das comunidades tradicionais brasileiras nesta região, podemos observar uma estreita ligação entre o ser humano e os animais por eles mantidos. Visto que estas comunidades muitas vezes vivem do turismo sustentável, que por sua vez é sensível aos valores da cultura local e a preservação dos ecossistemas naturais, vemos a necessidade iminente de criar novos tipos de interação e valores ao redor da relação homem-animal. Entendendo que para se formar cidadãos conscientes é preciso atuar de maneira sistemática com a população e na formação de multiplicadores.
Quando falamos sobre a preservação de fauna e flora, não se pode desconsiderar a questão que esta realidade traz consigo: mudança de conceitos e hábitos humanos e o bem-estar de seus animais domésticos. Pensando nisso, debruçamo-nos sobre diversas ações que envolvam os moradores destas regiões, especialistas das diversas áreas, o poder público das regiões atingidas, agentes de saúde e outros multiplicadores. Promovendo ações de consicentização da população, acompanhadas de campanhas regulares de castração, acreditamos acercar-nos de nossos objetivos.

Resposáveis
Milson Sousa Jr. - Méd. Veterinário
Verena Strauss – Gerenciamento de Projeto