Na baía da Ilha Grande todavia encontramos muitas áreas ainda preservadas de Mata Atlântica. O desenvolvimento da região fez com que a pressão antrópica colocasse em risco a biodiversidade. Um dos fatores fundamentais é a maneira como se dá a interação entre homem e animal.
Quando o animal é visto como objeto e não compreendido como ser senciente (sente dor, medo, sofre), que está inserido em uma complexa teia de relações , é comum o homem ser responsável por desencadear ações de desequilíbrio. Neste sentido, disseminamos o pensamento de que animal não é coisa, de que seu bem-estar tem que ser garantido através da posse responsável e que assim contribuimos para a preservação da biodiversidade e a saúde ambiental como um todo (ex.: controle de zoonoses).


19 maio 2010

Matéria O ECO Maio 2010

O BICHO TÁ PEGANDO
..tá pegando passarinho,
...tá pegando lagrtixa,
...tá pegando perereca!
E quando não tiver mais passarinho,lagartixa ou perereca, aí é que o bicho vai pegar MESMO. Será que o bicho humano não se toca???
Temos encontrado em áreas de proteção ambiental matilhas de cachorros e colônias de gatos ferais (gatos não domiciliados que vivem de forma selvagem, caçando para sobreviver).
O lugar destes animais, claramente, não é nas nossas matas, mas eles acabam parando lá por vários motivos. O principal deles, é o próprio ser humano, que não percebe as consequências de seus atos.
Animais domésticos abandonados acabam competindo instintivamente com os predadores locais para sobreviver. Eles caçam e exterminam a fauna, causando um desequilíbrio ecológico e ameaçando espécies nativas. Existem também os animais domésticos que não foram abandonados no sentido clássico, são aqueles que não são mantidos presos nos jardins e quintais de suas casas, surtindo o mesmo efeito indesejado nas suas andanças.
Outro grave problema que este tipo de atitude irresponsável acarreta é a transmissão de doenças ao ser humano e também às espécies nativas. Se transformando em um problema de saúde pública, não vão faltar prpostas duvidosas para solucionar o problema. Chegando neste ponto a população exije uma soluçã por parte do poder público, mas ao mesmo tempo fica indignada com medidas de recolhimento dos animais por uma carrocinha para levá-los às universidades para „fins de estudo“.
É, parece que estamos num mato com cachorro demais, certo?
Só com atitudes de responsabilidade de cada um de nós, poderemos privar os pobres animaizinhos de seu destino cruel, zelar pelo nosso meio ambiente e pela nossa saúde – não é que o que, o que nos diferencia do restante do mundo animal é a capacidade de pensar, desenvolver raciocínios lógicos, planejar e agir? Então, caro amigo, peço atençao para o segunte:
bicho de estimação não é como bichinho de pelúcia: ele vive de 13 a 20 anos, gasta mensalmente no mínimo R$ 90 (se for de pequeno porte!) e requer tempo e dedicação;
antes de comprar lacinhos, mandar pintar as unhas do seu cão ou gastar com banhos inúteis em Pet Shops, pense em vaciná-lo, comprar alimentação de boa qualidade, castrá-lo e providanciar a devida infra-estrutura para poder mantê-lo em casa, sem que ele se torne uma ameaça ao nosso meio-ambiente ou saia por aí se reproduzindo como praga ou disseminando doenças – mesmo que seja saudável!
Se você bobeou e sua cadela deu cria, VOCÊ é o responsável, sabia??? Não adianta afogar os filhotes no mar, jogar no terreno baldio ou empurrar o problema com a barriga arranjando um novo dono. Assim você só estará contribuindo para piorar a situação deles e de todos que vivem em seu entorno – inclusive a sua!
A questão em pauta é a „Posse Responsável“. Mesmo existindo programas de castração a baixo custo ou até grátis por parte do poder público, são poucos os que tem informação ou disposição para submeter seu „melhor amigo“ a este ato de amor. Tem muito machão por aí pensando que o cachorro vai virar „boiola“ depois da castração!? Aqui vai um recado: o dono continua machão e o cachorro agradece, já que após sua castração, a probabilidade de ele se machucar em brigas na disputa por fêmeas se reduz e ele vive mais feliz e seguro, sem deixar nenhum descendente.
A cada terceiro fim de semana por mês, a Ilha Grande pode contar com um serviço de esterilização a baixo custo. Com o apoio de vários voluntários e colaboradores, estas ações vem sendo realizadas nao só na Vila do Abraão, como também em outras localidades de mais difícil acesso. Para maiores informações, entre em contato com a redação do Jornal O Eco (3361-5094) ou diretamente com a equipe (24-9841.9621).

Verena Strauss
O ECO, Maio 2010

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